Lava-Jato

Temer é gravado dando aval para comprar silêncio de Cunha

A denúncia foi registrada em áudio pelos donos da maior produtora de proteína do planeta, a JBS

Publicado em: 17/05/2017 20:13 | Atualizado em: 17/05/2017 23:56

 (Foto: Agência Brasil)
Foto: Agência Brasil

Segundo informações do jornal O Globo, o dono da maior produtora de proteína animal do planeta, a JBS, Joesley Batista, e seu irmão Wesley Batista confirmaram ao ministro Edson Fachin a delação que fizeram à Procuradoria Geral da República no mês de abril. De acordo com os irmãos, o presidente Michel Temer deu aval para a compra de silêncio de Eduardo Cunha. Os Batistas entregaram gravações em que o presidente aparece pedindo a manutenção da "mesada" pelo silêncio. "Tem que manter isso, viu?".

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Ainda segundo os donos da JBS, a delação foi feita por livre e espontânea vontade, o que foi confirmado por mais cinco outros executivos presentes no gabinete de Fachin, na tarde da última quarta-feira (10).

Na gravação, Temer aparece indicando a Joesley o deputado Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Em seguida, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo dono da empresa. Durante a conversa de Temer com Joesley, o empresário afirmou que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro um valor mensal na prisão para ficarem em silêncio, no que o presidente incentivou: "Tem que manter isso, viu?".

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Em outra gravação entregue pelos irmãos Batista, o senador pediu R$ 2 milhões a Joesley para contratar a defesa na Operação Lava Jato. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal.

Joesley revelou também que pagou R$ 5 milhões para o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha após sua prisão, o valor é referente a um saldo de propina que o peemedebista tinha com ele. Disse ainda que devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de frango

Ainda de acordo com O Globo, pelo que foi homologado por Fachin, os sete delatores não serão presos e nem usarão tornozeleiras eletrônicas. Será paga uma multa de R$ 225 milhões para livrá-los das operações Greenfield e Lava-Jato que investigam a JBS há dois anos. Essa conta pode aumentar quando (e se) a leniência com o DoJ for assinada.  


 
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