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Outros três suspeitos de participar de assassinato contra maquiador são presos num ônibus

Publicado em: 22/01/2020 17:06 | Atualizado em: 22/01/2020 18:50

Foto: Reprodução Facebook.
Menos de 24 horas após assassinarem o maquiador Henrique de Deus, de 25 anos, em Moreno, na Região Metropolitana do Recife, as outras três pessoas suspeitas de envolvimento no crime foram detidas. A prisão foi realizada por policiais militares do 25º Batalhão da PM, por volta das 22h30 desta terça-feira (21), dentro de um ônibus que havia saído do Recife em direção do município de Moreno. Um dos homens tem 20 anos e o outro 19. Com eles também estava um menor de 17 anos, suspeito de participar do assassinato do maquiador. Com um dos presos, foram encontradas duas armas brancas e com o menor apreendido foram encontradas 260 pedras embaladas em tiras, supostamente crack, de acordo com a Polícia Civil de Pernambuco. O corpo de Henrique de Deus foi enterrado na tarde desta quarta-feira (22), no Cemitério Morada das Colinas Verdes, em Moreno. 

Na tarde desta terça, já havia sido efetuada a prisão de Bárbara Myrelle Nunes Santos, de 22 anos, também suspeita de participar do homicídio. O crime aconteceu por volta da meia-noite desta terça e chocou os moradores do município. O homem teve seu corpo esfaqueado 59 vezes e sua cabeça arrancada e posta em um pedaço de madeira na comunidade Xingu, perto do centro de Moreno, a uma distância de 50 metros do corpo. Nas primeiras horas da manhã de ontem, a cena da cabeça exposta em via pública deixou os moradores da área estarrecidos. As investigações seguem sob responsabilidade do delegado titular da 13ª DPH/DHMS, Cláudio Neto.

“Os três suspeitos foram presos dentro de um ônibus na altura de Jaboatão Centro. O motorista acionou a guarnição da Polícia Militar porque eles não estavam querendo pagar passagem. Então foram reconhecidos e capturados”, explicado o delegado. Além das 59 facadas e da decapitação, seus algozes introduziram um cachimbo de crack dentro do ânus de Henrique e enfiaram um pedaço de tijolo dentro de sua boca. 

A história começou por volta das 22h30 dessa segunda-feira (20), de acordo com a Polícia, quando Bárbara teria chamado Henrique para conversar e consumir drogas (crack). Horas depois, a família soube do homicídio. “Eu já perdi dois filhos. Um de acidente de carro e outro desse jeito. Por enquanto eu fico até sem palavras. Eu já tomei tanto comprimido que nem sei o que dizer. Dele fica a lembrança do amor que sentia por ele e que ele sentia por mim”, disse o pai durante o enterro do filho, Wladimir Carneiro. 

Apesar de não saber exatamente o porquê de terem tirado a vida do seu filho, Wladimir afirmou que “ele tinha as amizades dele”. “Ela ligou pra ele (Henrique de Deus) umas 22h30. Ele caiu na besteira e foi encontrar com ela e aconteceu isso. De manhã, eu fui olhar o corpo e era a coisa mais feia que eu já vi. Até agora, não consigo fechar os olhos e não lembrar daquela cena”, detalhou o pai, dando a entender que o filho era amigo de seus homicidas. 

O cabo Alex Cruz, do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) do 25º Batalhão de Polícia Militar (PM), foi um dos que efetuaram a prisão de Bárbara, na casa dela. “Ela disse que era frequente ligar para ele para se encontrar na praça. Eram bem próximos, se conheciam há muito tempo, algumas vezes ele fazia o cabelo dela. Em um primeiro momento, ela negou (envolvimento com o crime), mas começamos a perguntar, ela entrou em contradição e confessou tudo”, relata. 
 
Depoimento

A mulher foi detida e levada para a Divisão de Homicídios Sul, em Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes. Em depoimento, disse que foi coagida por três homens, envolvidos com o tráfico local, a atrair Henrique para a morte. O motivo do crime, à primeira vista, seria vingança - um desses três suspeitos teria sido denunciado à polícia pelo maquiador, por causa de um roubo ocorrido na cidade. Assim, se juntaram para eliminá-lo. 
 
“A família do maquiador desconfiava da participação da Bárbara no crime por causa do telefonema. A PM foi até a casa desses três homens, que não foram encontrados. No entanto, a mãe de um deles entregou duas bermudas sujas de sangue que, provavelmente, são da vítima”, contou a delegada Socorro Veloso, responsável pelo auto de flagrante da mulher.
 
Responsável pela defesa da suspeita, o advogado Divaldo Gonçalves explica que ela é viciada em drogas. “O motivo propriamente dito do crime ela não me explicou, mas disse que era viciada e estava sendo ameaçada pelos três executores. Ela também diz não ter presenciado a execução. Foi ao local, deixou ele lá, ouviu gritos, e quando voltou, viu o corpo morto”, alega.
 
Em audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (22/1), na Central de Audiências de Custódia do Fórum de Jaboatão dos Guararapes, Bárbara Myrelle Nunes Santos teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.

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